O EXCÊNTRICO AMIGO DEDA E SUAS AQUISIÇÕES EXISTENCIAIS
1. Deda velho amigo de minha infância. Terceiro de uma família de seis pessoas. Filho do Mangue que o Rio Capibaribe produz. Lá ele passou a sua infância. Filho de catadores de caranguejos que, logo cedo, aprendeu também esta função. Entravam no mangue na maré vazante quando os caranguejos mostravam o bundão passando de 4 a 6 horas com as pernas enfiadas, pegando os crustáceos, num imenso mar de lama, apenas com as mãos. Sempre num regime do cansaço e das marés que vai e se vão. Catavam caranguejos, para vender a bares e restaurantes do litoral e aos atravessadores de plantão, que comercializam o produto nos grandes centros desta nação. Deda sonhava sair da lama e tentar a sorte no mundão. 2. Assim era a vida de Deda muito antes de sair da lama. Ele evoluiu, saiu da lama para o barro. Passou a fazer tijolos numa olaria e depois virou motorista de trator. Pegou seu primeiro salário e, para mostrar que era o bonzão, apareceu na sua casa com roupa nova se amostrando de montão. Como n