Tião Serraia, o “Tio Chico” de Rolim de Moura: o jardineiro macabro do “progresso”.
“Se, no teu centro
um Paraíso não puderes encontrar,
não existe chance alguma de, algum dia,
nele entrar”
Angelus Silésius, místico medieval
1. Para quem vem da cidade de Novo Horizonte sentido centro da cidade de Rolim de Moura, em Rondônia, é obrigado a subir uma íngreme e extensa ladeira, geralmente debaixo d’um sol quente da moléstia dos cachorros, durante o demorado verão amazônico. Essa ladeira é parte do que os moradores paridos aqui chamam de Avenida 25 de Agosto. Como resido próximo as suas margens, no que os moradores já citados aqui chamam de “linha” [eufemismo para o termo “periferia da roça”], sou obrigado a subi-la sempre, diariamente, em direção a escola onde tenho que trabalhar. Durante essa sofrida subida, costumo sempre descansar nas sombras das poucas árvores que foram plantadas num trecho no seu canteiro central.
2. Essas poucas árvores plantadas são muito generosas. Brindam-nos sempre c...