A NOITE QUE DUROU 21 ANOS
"Morte vela, sentinela sou do corpo desse meu irmão que já se foi. Revejo nesta hora tudo que aprendi, memória não morrerá! Longe, longe ouço essa voz que o tempo não vai levar!" ( Fernando Brant e Milton Nascimento, "Sentinela" ) N o próximo 1º de abril, ao se completar meio século da pior mentira já enfiada goela dos brasileiros adentro -a quebra da normalidade institucional sob justificativas falaciosas, mergulhando o País nas trevas e barbárie durante mais de duas décadas-, é oportuno lembrarmos o que realmente foi a nada branda ditadura de 1964/85, ainda louvada por seus carrascos impunes, reverenciada por suas repulsivas viúvas e defendida pelos cuervos que o totalitarismo criou. Como frisou a bela canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, cabe a nós, sobreviventes do pesadelo, o papel de sentinelas do corpo e do sacrifício dos nossos irmãos que já se foram, assegurando-nos de que a mem...