A CONQUISTA DA VERDADE
Companheiros e amigos, um traço marcante da geração 68 era o sentimento de que a consciência das injustiças implicava a responsabilidade de lutar contra elas. Havia quem criticasse tal postura, qualificando-a de voluntarista. E existe também quem até hoje admira a disposição que tínhamos de assumir as boas causas, não medindo esforços nem riscos. Uma lição eu aprendi na vida: um homem continua forte enquanto se mantém coerente com seus valores. Então, quando tomei conhecimento do Caso Battisti, em 2007, imediatamente escrevi um artigo pedindo sua libertação. Pois a solidariedade era obrigatória para os revolucionários de minha geração -- e continua sendo-o, para mim, até hoje. Mas, um companheiro com melhor trânsito nos gabinetes palacianos me garantiu que a situação estava sob controle e eu não precisaria me preocupar. "Antes assim!", pensei, porque tinha noção clara do quanto uma luta dessas pode ser desgastante -- e já não sou jovem. Quando hou...