JOBIM: SUA REMOÇÃO DEMOROU UMA ETERNIDADE
A menos que acontença o improvável e Nelson Jobim ressurja das cinzas, este será meu último artigo a seu respeito. A situação por ele criada, com suas seguidas, inconsequentes e inaceitáveis incontinências verbais, teve o único desfecho possível: a demissão. Mas, o pior malefício que ele cometeu dificilmente será desfeito. Foi Jobim quem, numa reunião ministerial decisiva, confrontou Tarso Genro e Paulo Vannuchi, encabeçando a corrente contrária à revisão da Lei de Anistia. Para opróbrio do Brasil, tal posição acabou prevalecendo. Em plena ditadura militar, os altos escalões do arbítrio concederam um habeas corpus preventivo a si próprios (mandantes) e a seus esbirros (torturadores), para evitar que se fizesse justiça quando da redemocratização do País. Absurdamente, a Nova República, presidida por um lambe-botas dos antigos déspotas, esqueceu o festival de horrores que a antecedeu. Os dois Fernandos e o inapetente Itamar Franco deixaram tudo como estava no que tange...