Tchauzinho EJA!
DesProf.Peixoto
1- Está correndo a notícia em boca miúda de que o turco do Mauro Nasiff que
é prefeito de Porto Velho quer fechar o Ensino de Jovens e Adultos, o “EJA” na
Escola Municipal Olavo Pires no bairro 4 de Janeiro, sob a alegação de falta de
demanda, isto é, por falta de jovens e adultos interessados em concluir seus
estudos atrasados. Sendo confirmada tal afirmação, a falta da oferta dessa
modalidade de ensino deixará muita gente sem chances de conquistar um
certificado de escolaridade de que tanto precisa para ter um emprego. Todos
sabem que sem “papel”, sem o documento podem perder uma vaga de trabalho de
repositor de supermercado, balconista de papelaria ou de vendedor dos comércios
que nessa cidade. Portanto, deixar de oferecer a chance de fornecer um
certificado de escolaridade aos que disso precisam é, no mínimo, uma sacanagem
parte dos atuais gestores públicos do município de Porto Velho.
2- Já se foi a época em que com apenas o ginásio o ex-prefeito de Porto
Velho José Guedes conseguiu trabalhar num cargo relevante numa empresa do
falecido senador Olavo Pires. Hoje, ter o certificado, ter o “papel” faz parte
do critério mínimo de seleção para uma vaga de emprego, cujas funções não
precisam tanto daquilo que esses certificados afirmam que o candidato
presumidamente “aprenderam” ao longo de sua passagem pela escola. Mas, sabemos
que para certos empregos como o de Guari da Prefeitura, ter somente o
certificado não ajuda muito, é preciso que o indivíduo tenha conseguido
aprender alguma coisa. E como sempre há uma absoluta minoria que, por algum
motivo qualquer, precisam estudar e que gostam de estudar de verdade, o “EJA”,
o Ensino de Jovens e Adultos continua sendo uma forma rápida de compensar o
tempo que não pode ser bem aproveitado por tais pessoas. Por isso só, não pode
ser deixado de ser oferecido pelo Estado.
3- Sabemos que essa escolarização fast-food, que essa comida pronta escolar
que o Estado oferece idealmente aos que se atrasaram por alguma razão tem sido,
na prática, uma fraude, uma forma de expedir certificados a inúmeras pessoas. O
“EJA” vem sendo sabotado ao longo da história pelos seus próprios gestores. Os
caras que estão em situação de poder dentro do aparelho de estado, não
importando a sua instância, apenas fingem se importar com os jovens e os adultos
que precisam dessa escolarização. Pois, não fazem o menor esforço para que seja
oferecido uma modalidade de ensino flexível, capaz de se ajustar as
características da realidade desse público-alvo de cada região desse País. O “EJA”
tem sido uma camisa de força onde o jovem e o adulto, não importando a
realidade deles, é que tem que se ajustar tornando este serviço uma fraude, uma
forma apenas da pessoa ter um certificado de escolaridade independentemente do
que, de fato, aprendeu durante o curso. Sem falar do fato de muitos
adolescentes ou mesmo jovem que não trabalham, que são ainda sustentados pelos
pais, serem matriculados no “EJA” se misturando a clientela para o qual o “EJA”
foi inventado. Que podem frequentar o Ensino Fundamental e Médio, mas que enxergam
no “EJA” uma oportunidade de obter um certificado sem precisar aprender alguma
coisa.
4- Ora, uma das razões disso ocorrer é o fato do sistema formal,
convencional de ensino não conseguir ensinar e o seu público alvo não aprender.
Por mais que o Governo Federal, Estadual ou Municipal, a cada governo, fique
fazendo “invencionices” educacionais, inventando balelas e fuleragens como a
Escola de Tempo Integral o projeto “Mais Educação” [Aulas de Reforço nos
espaços alheios] para justificarem a enorme gastança de dinheiro público, a
aprendizagem não ocorrem para a maioria e a escola passa a ser encarada como
mero depósito de gente, uma enorme creche que alimenta e cuida de gente que não
podem ficar em outro lugar sob os cuidados de pais que precisam trabalhar.
Neste sentido é que o “EJA” vem sendo a forma mais rápida do sujeito se livrar
desse sistema chato, pedante, burocrático, farsante, feio e horroroso em que é
obrigado por lei a frequentar.
5- Se for para a Prefeitura de Porto Velho acabar com esse “EJA”
fraudulento e instaurar um que preste e para quem de fato queira estudar, que
faça isso! Tchauzinho velho “EJa”! Agora, se for por falta dessa demanda:
pessoas que precisam e gostam realmente de estudar, que o “EJA” seja extinto!
Que vá para o inferno! Coitado do diabo!
©Blog do Desprof.Peixoto.http://moisespeixoto.blogspot.com
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