ACERCA DO BLOG E DO QUE ESCREVO NELE
1- Meu blog tem sido para mim um meio de expor minhas idéias,
crenças e valores, bem como um meio de defender determinadas bandeiras que,
para muitos até, saíram de moda. Essa necessidade surgiu não na necessidade de
aparecer por aparecer, por modismo ou algum tipo de narcisismo típico dessa era
digital. Defendo idéias, não importa se estão velhas e gastas. Defendo ideais de
educação, política e de qualquer coisa que eu esteja afetivamente ligado. Graças
a então possibilidade tecnológica de se divulgar pensamentos via internet de
graça, por que não usá-las? O blog é um desses meios que temos a disposição
para realizar projetos como esses supracitados. Projetos que não são apenas
pessoais, sociais, representativo de um segmento da nossa sociedade.
2- Como estou sendo um funcionário público, utilizo para
defender idéias que penso ser do interesse desse segmento social. Como faço
parte de uma categoria profissional ligada ao ensino, à educação, faço do Blog
um instrumento para a defesa do Ensino Público Universal, gratuito, democrático
e de boa qualidade que sirva não apenas para atender aos ditames do mercado de
trabalho, mas para o público que mais utiliza desse tipo de ensino, tenham uma
chance de aprender a agir de maneira crítica, esperta e ácida no trabalho que
pretendem realizar dentro da sociedade. Defendo o fim do ensino privado,
justamente por ser privado. A educação é uma ação do Estado, mas como,
infelizmente, o Estado se comporta como gerente da burguesia, a educação privada
sempre leva a melhor nesse país. Apesar disso, acredito ser possível ação de
resistência no interior das escolas Públicas e na sociedade no sentido de
forçar o Estado a atuar para não mais atender a iniciativa privada.
3- Quando escrevo e publico alguma crítica, por exemplo, a
educação que existe viso dar uma contribuição pessoal para que ela algum dia
venha a deixar de existir como tal. Escrever num blog é apenas uma singela contribuição
nesse sentido que vem a se juntar a outras ações de outra natureza e de outras
pessoas que comigo compartilham desse desejo, para que um dia as coisas venham
a mudar.
4- O texto intitulado: “Escola Pública
vira picadeiro para o circo do ensino privado de Rondônia” que
escrevi no dia 08 de Setembro de 2011 foi motivado pelo evento que presenciei
na escola onde hoje eu trabalho. Este evento foi que me inspirou a escrever e
nada mais. Não pude deixar de pensar no que estava vendo, de refletir
criticamente. Ao contrário da maioria, penso eu, não olhei para o que estava
acontecendo com ingenuidade e sem reflexão. Até porque sou desse jeito mesmo:
um observador atento, embora nem sempre tão atento para as represálias dos possíveis
sacanas que se incomodam com pessoas como eu, que existem aos milhares dentro
do serviço público. Sacanas que não compartilham dos mesmos ideais que os meus,
que pensam somente em si mesmos ou que não toleram o pensamento divergente por
acreditarem serem os donos da verdade só por estarem em uma posição de poder e
de fôder, com a vida de alguém mesmo que provisoriamente.
5- Costumo, muitas vezes depois de ter
postado, fornecer uma cópia para alguém palpitar a respeito do conteúdo e da
forma como determinados temas foram por mim abordados. No blog há mecanismo de
revisão, de reedição que permitem ao autor mexer no que escreveu, mesmo que já tenha
publicado. Num caso desses, convém que o autor deixe claro que promoveu algumas
correções, que extraiu alguma frase ou palavra; que colocaram outras no lugar;
que refez um parágrafo ou até que mudou de idéia. No caso assim, ele deve ter a
humildade de admitir o que fez. O teólogo protestante suíço Karl Barth (1886-1968), um
dos teólogos mais famosos do século 20, por exemplo, numa época em que não
existia computador, algum tempo após ter escrito: “O comentário a carta aos
Romanos”, ele o reescreveu imprimido muitas correções a sua primeira versão. Ora,
se ele pode fazer isso, porque eu não posso? Por que outros não podem?
6- No caso do texto que se refere, por
exemplo, a um evento ocorrido no dia 08 na escola pública onde atualmente estou
lotado, eu produzi três versões e não pretendo mais mexer no mesmo. Por que fiz
isso? Para melhorá-lo e corrigir algumas colocações que possam ser lidas de
maneira sacana, isto é, serem lidas com um propósito não de discutir as questões nele propostas que é o caso da
melhoria do ensino médio, a farsa dos cursinhos preparatórios pro ENEM e o
apoio direto ou indireto dado a eles por uma escola pública e nada mais. Não é
o posto de direção escolar que está sendo discutido, mas as posturas que tomam
diariamente. São as contradições de quem acredita ser militante de um sindicato
ligado ao um partido dito de “esquerda” ou de dito “defensor do patrimônio público”
que estão sendo analisadas e nada mais. Não é nada pessoal, contra quem dirige
a escola.
7- Escrevo isso porque a primeira versão
do texto que foi postado foi tomada de forma pouco abruta das mãos da pessoa
que pedi para analisá-lo. Uma única cópia por sinal. A pessoa que assim agiu, penso
eu, tomada por excessivo cuidado suspeitou que fosse algo ruim para A ESCOLA,
leia-se PARA A GESTÃO, e reproduziu, forneceu exemplares para seu par e outra
pessoa e se reuniu a porta fechada para ver do que se tratava. Pode não ser
nada, mas os gestos conseqüentes parecem reprovar o texto e o seu autor. Há um
cheiro, digo, uma catinga de censura no ar. Um clima “discreto” de represália
sendo pensada. A sensação lembra o teor do livro: 1984 ou Mil
Novecentos e Oitenta e Quatro (em inglês: Nineteen Eighty-Four): um romance distópico clássico do
autor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido
pelo pseudônimo de George Orwell. Publicado em 8 de junho de 1949,
que retrata o cotidiano de um regime político totalitário e repressivo no ano
homônimo. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica coletivista é capaz de reprimir
qualquer um que se opuser a ela.
8- Assim é a sensação que os olhares,
os gestos, os bicos, as caras feias, a frieza no falar parecem mostrar
para mim que exercitei o que a maioria dos meus colegas não fazem na cara dura,
de frente e com uma dose de ousadia: a crítica. É lamentável, porque o que
gostaria e ainda espero causar é um bom e gostoso debate acerca da temática. Quiçá
me convençam que eu esteja errado? Mas, tal coisa não faz parte da cultura do
funcionalismo público, especialmente, quando está em cargo de chefia. Infelizmente.
Tomara que eu esteja errado quanto as minhas sensações e que quem não gostou do
que escrevi aproveite o ocorrido[a escritura do texto] para debater, não para
censurar e perseguir quem o escreveu e possa, assim, mostrar para todos que
sabem reagir de forma democrática com quem pensa diferentes deles e que merecem
a confiança dos que estão sob sua jurisdição. Viva a liberdade de pensamente e
de expressão!
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PEIXOTO 1967
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