“Eleições e homologações Carangueijos nas escola pública de Rondônia: feitas para quem ama o passado e quem não ver...”
1- “Duplas sertanejo-caipiras” e da capital de Rondônia
formadas exclusivamente por professores foram nessa quarta feira, no dia 30 de
novembro de 2011 homologados “Pontifex
maximus”, ou seja: “sacerdotes supremos do
colégio dos sacerdotes” a qual todos nós somos acostumados a chamar de Escola
Pública. Escolas, onde quem de fato
faz e acontece são os
componentes da aristocracia escolar, os professores [“patrícius”] com a colaboração
quase subservientes dos funcionários de escola: os, disfarçadamente, tratatos
como “plebe” interna. Já a “plebe”
externa ou seja: o povo composto
majoritariamente por menores de idade
e seus pais [os que menos mandam na escola] também participaram do evento dando
seu voto, embora sem ter muito idéia do que estavam fazendo. Nas escolas onde
só existiam uma chapa, as pessoas que foram confirmadas no cargo como diretores ou gestores, só
conseguiram tal “façanha” devido a regra imposta pelo governo Confúcio Moura
que faz do voto dos agentes que trabalham nas escolas valerem mais que o voto
da população que, teoricamente, é servida pelas escolas públicas. O voto dos
funcionários públicos sustentados pelo povo valem mais que o voto do próprio
povo a quem os mesmos devem servir. Que paradoxo não? Que ironia não é?
2- Pois é, houve também escolas
onde ocorreram disputas de verdade e de mentirinha. Disputas entre duas chapas
no mínimo. E os relatos que chegam, aos poucos, ao conhecimento público, nos
fazem sentir nojo e desapontamento do que o governo que aí está promoveu com
essas tais “eleições para diretores de escolas públicas”. Jogo sujo, utilização
de recursos escusos, defamações deliberadas dos oponentes por parte de alguns
dos protragonistas, ameaças veladas, mesquinharias, enfim, utilização de meios
que nem Maquiavel sequer imaginou no seu tempo. Isso porque foi um pleito em
menor escala dentro da sociedade. Todas as malandragens que vemos ocorrer em
pleitos de maior escala, maior projeção social, pode ser visto nessas eleições
que ocorreram no dia 30 de novembro em Rondônia.
3- É claro que houve lugares que
nada disso acima pode ser visto, até porque a falta de interesse nas eleições
para tal cargo foi tão grande que nem foi preciso aos postulantes maquinarem
nada diabólico, maquiavélico para se confirmarem nesse cargo. Simplesmente,
membros da aristocracia docente, dos funcionários de escola, pais e alunos não
enchergaram nada de relevante nessa proposta do governo do Estado abençoada pelo
grupo do SINTERO somos nós sempre. Eleger ou deixarem de eleger um professor
para mandar na escola, não faz e nem fará diferença alguma para a escola. Não a
tornará melhor do que é, não garantirá que o ensino por ela promovido ensine de
verdade. Pura ilusão! Pura pirotecnia pedagógica dos que fazem política
educacional no âmbito do estado. Pois, com base nas regras impostas pelo o
governo, o diretor, seja ele quem for, não poderá mijar fora do penico! Terá
que se mexer vestido numa camisa de força. Continuarão sendo rato de
laboratório, alguns até ratazanas como sempre foram! Pois, não terão autonomia
para decidir, inclusive para contestar e recusar, por exemplo, o calendário
escolar planejado pelos tecnocratas da secretaria de educação.
4- Ora, mesmo entre aqueles que
ainda se nutrem de boas intenções, de ideais elevados, que sonham, que desejam,
que se apaixonam e que são movidos por isso tudo. Que se envoveram nessa
história toda de “eleição para diretor”, logo, logo, infizmente, perderão o
tezão, a sua ilusão. A “ficha logo cairá” diante das limitações políticas que a
SEDUC, o governo e boa parte do próprio alunato e seus pais que lhes serão
impostas direta ou indiretamente e, se não forem corajosos o suficienetes para
porem em práticas o que acreditam de todo o seu coração, para peitarem as
resistências conservadoras que existem dentro e fora da escola, a música que
passarão a cantar e que será ouvidas por todos os envolvidos será a de Belchior
que diz, melancolicamente: “Minha dor é perceber que
apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos. Ainda somos os mesmo e vivemos.
Ainda somos os mesmos e vivemos Como nossos pais...”
5- Termino dizendo: que eu bem
que gostaria que o modelo do chamado processo democrático que começou
efetivamente a ser posto em prática ontem fosse outro. Onde voto tivesse o
mesmo peso para todos, onde todos os de maiores, que podem responder perante a
lei e que tivesse algum vínculo direto com as escolas da cidade onde mora
pudesse ter o direito de não só votar, mas de ser votado. Onde também, a escola
tivesse uma verdadeira autonomia, aquela que permite que ela discorde e recuse “prato
feito” vindo de cima para baixo sem discussão; onde houvesse plena liberdade de
pensamento e de expressão, bem como regras fixadas previamente e flexíveis e
ninguém sofresse de nenhum tipo de assédio moral ou restrição por pensar e agir
diferente da maioria de plantão. Mas, tudo isso não passa de sonhos de uma
noite de verão! Quixotismo de um velho professor que há muito tempo não
professa mais nada formalmente. Mas o que foi posto em prática ama o passado e que não vê! É ele que ama o passado e que não vê! Que o
novo poderia acontecer.
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