“PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES...”
As pessoas que gostam da boa música, com
certeza, conhecem muito bem a canção de Geraldo Vandré cujo nome é o mesmo
utilizado neste texto como epígrafe, embora seja numa situação bem diferente
daquela de 1968, no ápice da ditadura, quando foi sucesso no Brasil, pela
inteligência com que o artista compôs.
Ao aludir ao hino contra a ditadura,
eu o faço para comentar sobre o processo impetrado contra mim pelo presidente
do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Rondônia – SINTERO,
senhor Manoel Rodrigues da Silva, agora devidamente citado em meu texto, fato
que não ocorreu no artigo usado por ele para promover a ação.
Manoel Rodrigues da Silva, citado aqui
outra vez, alega numa petição muito mal feita por seu advogado, que sentiu sua
“inabalável conduta” atingida pelo conteúdo do artigo publicado por mim,
intitulado “A ditadura da Educação”, publicado em alguns
jornais de Rondônia, sobre o final da greve ocorrida no primeiro semestre deste
ano. A mágoa do sindicalista Manoelzinho reside no fato de ver publicada a
opinião que ele não queria: o presidente do sindicato, ferindo a regra do jogo,
negociou sozinho o fim da greve, mas publicou nota na imprensa dizendo que mais
de “60%” dos filiados decidiram. Mentira! Das 11 regionais
que votaram apenas 04 decidiram pelo fim do movimento, numa prova clara de que
não queriam aceitar a situação, mas a democracia de Manoelzinho e sua turma
imperaram sobre a vontade soberana dos demais.
O presidente do SINTERO não teve,
sequer, a dignidade de permitir que os servidores em greve discutissem com o
governo a forma de reposição das aulas. Declarou na imprensa que cada escola se
virasse; que cada escola resolvesse seu problema... Isso não é representação
sindical; isto é omissão, peleguismo, falsidade, traição e covardia. A partir
disso, o governo, que já declarou namorar a diretoria do sindicato, fez o que
bem quis, impôs regras sem ouvir ninguém, sem permitir que fosse discutida a
autonomia das escolas... Isso tudo mostra que o governo e a diretoria do
SINTERO agiram em parceria e contra os filiados que pagam sua contribuição
todos os meses. As aulas em dias de sábado são por causa de Manoelzinho.
Como não aceitei a traição promovida pela diretoria do SINTERO contra nós,
manifestei minha opinião na imprensa, mostrando que aquilo era um absurdo e
tenho certeza que todos os servidores em greve têm a mesma opinião que
publiquei: fomos traídos, enganados exatamente pelas pessoas que foram eleitas
para nos defender. Ora, se Manoelzinho não respeitou as deliberações das
regionais, que queriam a continuação do movimento, que nome temos para dar à
atitude tomada por ele? Sinceramente, não vejo outro nome que não seja TRAIÇÃO, isso para ser eufemista...
Depois de tudo isso, Manoelzinho,
usando a estrutura do SINTERO, resolveu promover uma ação contra mim, alegando
que as críticas que foram publicadas na imprensa feriram sua “dignidade” e sua “inabalável
conduta sindical”. Ainda bem que ele
resolveu se juntar a um advogado muito incompetente, pois, qualquer pessoa que
faça a leitura da petição, juntada no processo, vai perceber que o advogado do
SINTERO, que está sendo pago com meu dinheiro para me processar, precisa
urgente de uma atualização. Como o tal advogado tem ligação antiga com a turma
de Manoelzinho, pode estar aí à explicação para sermos tão mal representados.
Uma coisa é bem interessante nessa
história toda: o artigo publicado por mim anteriormente não cita absolutamente
nenhuma vez o nome do presidente do SINTERO. Se Manoelzinho vestiu a carapuça
isso é problema dele, se ele negociou a greve sozinho, deveria ter a dignidade
de explicar aos filiados, olhando nos olhos de cada um, qual foi o motivo da
decisão que ele tomou. Agora, para separar as coisas, Manoelzinho deveria
saber, e não sabe, nem seu advogado, que ele não tem legitimidade para me
processar como pessoa, conforme está estabelecido na legislação vigente.
Além disso, não entendo por que ele
resolve me processar como pessoa, usando a estrutura do SINTERO. Isso mostra
que não há seriedade nas coisas que são feitas pela diretoria. Não há zelo pelo
patrimônio dos filiados. Manoelzinho usou a estrutura do sindicato para se
deslocar da capital até Cacoal com tudo que acha ter direito: carro de luxo,
advogado (incompetente, mas trouxe), hospedagem, restaurante e tudo mais... Por que Manoelzinho não usou
essa estrutura, e aí seria legítimo, para visitar Cacoal no período da greve,
para explicar sua decisão aos filiados?
Para finalizar, quero declarar que não
tenho medo de intimidação de ninguém, não concordo com as atitudes do
presidente do SINTERO e muito menos de seus assessores, considero a atitude
tomada no fim da greve desonesta e canalha e vou seguir pensando assim. Como
Manoelzinho está buscando aliados para sua eventual candidatura de deputado, em
nome do SINTERO, espero que não use, mais uma vez, os recursos sindicais de
modo indevido... Quero ver se ele terá coragem de reunir os filiados de Cacoal
para pedir votos, mesmo sem ter cumprido as coisas que prometeu quando era
candidato a presidente do sindicato... A galera de Cacoal cansou de suas
mentiras, Manoelzinho... Tenho dito!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual
Comentários