Modelos tortos e Referenciais obscurecidos da educação que se faz por aqui
DesProf.Peixoto
1- Há uma confusão danada da peste quando ouvimos o
Governador de Rondônia, a sua rainha da SEDUC e as operárias e zangões que
fazem parte da corte pessoal dela quando tratam de anunciar ou falar a respeito
da implantação de um “novo” modelo de gestão educacional no Estado, quer seja
em entrevistas na imprensa oficial [DECON] e comercial; quer em rádio, jornais
ou tevê. Através das mídias o Governo e a SEDUC explicam pouco ou quase nada.
Simplificando: o Governador Confúcio Moura tem uma mania de repetir que seu
governo está copiando modelos de Escola de Tempo Integral de outros Estados, ao
invés de toma-los como referências para, aos poucos promover a construção de um
modelo próprio para Rondônia. Pois, como já disse a “rainha” da SEDUC no
Programa “Tempo Real” apresentado pelo Everton Leoni: “Nós temos de copiar o
que é bom, né Everton?”.
2- Um dos Estados bem citados nas falas do Governador é o de
Pernambuco. O Governo de Rondônia quer fazer a população crê que é capaz de no
ano de 2013 ou no máximo até 2014 reproduzir o desempenho tido nas Escolas de
Tempo Integrais de lá. Estado muito citado pelo governador em suas falas na
mídia. O problema é que tanto ele como a SEDUC omitem a quantidade de anos, o
número de governos e o dinheiro investido para o modelo operar com resultados
divulgados. Selecionou algumas escolas já existentes para implantar o projeto e
criou algumas para servirem de laboratórios para esse projeto.
3- O problema é que a pressa do governo em mostrar resultados
pode fazer todos comerem o angu ainda cru. Pois, sequer imita Pernambuco no
processo de implantação do modelo deles. Segundo Terezinha Nunes nos informa no
Blog do Jamildo em 23 de junho de 2011, a “implantação foi iniciada na
gestão do ex-governador Jarbas Vasconcelos, vêm conseguindo melhorar ano a ano
o seu desempenho”. E o Governo Jarbas Vasconcelos foi de 1999 a 2006. Isto é, faz
14 anos que tal projeto vem sendo implantado. O Governo de Rondônia quer ver
isso já ocorrendo em 2013! Para isso gastou um bom dinheiro público em reformas
mal feitas nas escolas já existentes ao invés de uma vez com base num projeto
próprio de Escola de Tempo Integral, projetar e construir novas estruturas
arquitetônicas onde tal projeto possa ser bem desenvolvido. Pelo o contrário, o
Governo de Rondônia começou utilizando prédios emprestados sem sequer ter o seu
projeto pronto.
4- Quanto ao Projeto que o
Governo afirma copiar, há outra fraude discursiva: as escolas onde será de “Tempo
Integral”, na prática não se diferenciarão das ditas escolas “normais”. Por quê?
Ao contrário do que ocorre no modelo pernambucano, os professores nelas lotados
ainda continuam, em sua grande maioria, com uma mentalidade “pré-PCENíca”, isto
é, pensam e agem como antes do surgimento dos Parâmetros Curriculares
Nacionais, os PCN, criados em 1997. Resumindo, a maioria deles são professores
a moda antiga, tradicionais que adoram passar conteúdo e no final do bimestre,
passar uma prova. Mesmo que o Governo Confúcio prometa premiar com o 14º salário
os professores cuja escola consiga fazer seus alunos subirem no IDEB [Índice de
Desenvolvimento do Ensino...], não terão como realizarem tal proeza.
5- Além do mais, ao contrário de
Pernambuco, o Governador Confúcio é daqueles que adora consumir produtos finos,
pagando barato. Ele acredita piamente e acha que a maioria dos profissionais da
educação deva ser um bando de patetas, idiotas que trabalham em mercadinhos do
tipo pague menos e leve mais! Ora, ao contrário do que acontece em Pernambuco,
os professores selecionados para atuarem nessas ilhas da fantasia pedagógica, são selecionados para só atuarem
nelas e são muito bem pagos; mais que os que ele paga por aqui. Não precisam
como locais, fazerem bicos por fora e trabalharem em mais de uma escola, uma
longe da outra. Lá em Pernambuco, os colegas tem regime de dedicação exclusiva
e o Estado estimulam os mesmos a crescerem academicamente, oferecendo cursos de
Mestrados e de Doutorados. Em Rondônia, ao contrário, se cria dificuldades para
fazer algo semelhante. Por exemplo, a rainha da SEDUC quando foi adjunta baixou
uma portaria [burra rá caramba!] regulamentando os estudos de pós-graduação e
mestrados, onde exige que os selecionados trabalhem dando aula e ao mesmo tempo
pesquisem. Inviabilizando a qualidade na formação dos que ousaram tentar essa
empreitada. O cara nem conseguia ministrar boas aulas e nem pesquisar
adequadamente, enfim, não conseguia agradar aos dois senhores!
6- Essas são apenas algumas
considerações sobre um dos modelos que o Governo de Rondônia afirma copiar, o
de Pernambuco. Modelo que aparenta servir mais de camisa-de-força que modelos
de fato. Ao tentar reproduzi-lo sem considerar a realidade do estado, Confúcio
entorta-o! O modelo não funciona! Não se encaixa e nem se encaixará por causa
da pressa da moléstia dos cachorros desse Governo. O modelo é torto quando é
posto em prática da forma como vem sendo colocada em prática, perdendo o
sentido da função do modelo: servir de simples referencia, não de fôrma, onde
se faz empadas em série. Ao agir como vem agindo, ele obscurece até esta
função.
7- Esse papo não termina aqui.
Referências:
Blog do Jamildo
Consulta em 01/02/20132
Magalhães, Marcos. A juventude brasileira ganha uma nova
escola de Ensino Médio: Pernambuco cria, experimenta e aprova / Marcos Magalhães.
– São Paulo : Albatroz : Loqüi, 2008. 136 p. : il. color. ; 38 cm
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