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Mostrando postagens com o rótulo Muammar Gaddafi

QUEM NÃO É CHARLIE ESTÁ PERDENDO O TREM DA HISTÓRIA

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Por Celso Lungaretti O martírio de Alexandre Ulianov  motivou... A o nascerem, tanto o marxismo quanto o anarquismo prometiam conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização. A proposta de ambos era a de um melhor aproveitamento do potencial produtivo existente, direcionando-o para a promoção da felicidade coletiva, ao invés de desperdiçá-lo em desigualdade e parasitismo. A hipótese anarquista nunca foi testada: não houve país em que cidadãos livres organizassem, por tempo suficiente para extrairmos conclusões, a economia e a sociedade sem a tutela do estado. A hipótese marxista não foi testada da forma como seus enunciadores previam: em países cujas forças produtivas estivessem plenamente desenvolvidas. Nas duas nações ditas socialistas que realmente contam, a revolução teve de cumprir uma etapa  anterior , qual seja a de acumulação primitiva do capital, já que se tratava de países ainda desprovidos da infra-estrutura básica de uma economia ...

O FIM DE GADDAFI, CONTRADIÇÕES E MANIQUEÍSMOS

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Por Celso Lungaretti P arte da esquerda via Muammar Gaddafi como uma pedra no sapato do imperialismo (embora, passada sua fase carbonária, já tivesse se acertado com as grandes nações e corporações capitalistas) e como o responsável por algumas melhoras nas condições de vida do povo líbio. Outra, como pouco mais do que um tirano megalomaníaco e sanguinário. Esta última, na qual me incluo, tem sensibilidade mais aguçada em relação a tudo que se pareça com as ditaduras que enfrentamos por aqui. Além de não esquecer as lições do pesadelo stalinista: o dano imenso à causa revolucionária produzido por regimes ditos de esquerda que, em nome de Marx, arquivaram a promessa marxista de instauração do "reino da liberdade, para além da necessidade", acreditando que bastasse impor a justiça social a ferro e fogo, de cima para baixo e sobre montanhas de cadáveres. Marx incumbiu os revolucionários de criarem condições para que o proletariado assumisse seu papel de  sujeit...

O AMARGOR E A ESPERANÇA

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J ornal publica , com o apoio de um vídeo, que policiais deixaram bandidos agonizantes sem socorro, mandando-os estrebucharem de uma vez. Os leitores, em expressiva maioria, aplaudem os policiais e criticam o jornal (extremamente criticável por outros motivos, mas certo desta vez). Militar toma o poder num país árabe e impõe uma tirania pessoal, com tinturas anticolonialistas para dourarem a pílula. No entanto, o arbítrio, as torturas e assassinatos de opositores eram os mesmíssimos dos regimes de gorilas latino-americanos como Pinochet. Muitos esquerdistas brasileiros tomam as dores do tirano, lamentando sua derrubada porque os revoltosos têm apoios discutíveis... embora seja indiscutível que o povo queria mesmo é ver-se livre do clã que o oprimia há 42 anos, enquanto seus membros ostentavam repulsivos privilégios de nababos. No fundo, são dois exemplos de um mesmo comportamento: pessoas que abdicam de serem boas, justas, nobres e dignas. Preferem ser amargas, más, rancorosas ...

QUEM TEM OLHOS NA NUCA NÃO VÊ A PRIMAVERA CHEGANDO

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C ada vez que apresento análises alternativas aos clichês esquerdistas dominantes, recebo uma enxurrada de críticas de certos companheiros, como se fosse um herege contestando mandamentos divinos... O marxismo nem sequer existiria se o velho barbudo não tivesse ousado lançar sua visão alternativa aos clichês anarquistas dominantes. Mas, o vezo autoritário enraizou-se de tal forma na esquerda durante o pesadelo stalinista que nunca mais conseguimos nos livrar dele por completo. Daí a facilidade com que o inimigo afasta de nós os cidadãos dotados de espírito crítico: ao defendermos com tanto ardor regimes execráveis e execrados como o de Gaddafi, damos todos os pretextos para sua máquina de propaganda trombetear que nosso objetivo último seria estabelecer tiranias. E a indústria cultural deita e rola em cima de nós. Comigo não, violão. A despeito de quaisquer pressões dos que encaram o futuro com a nuca, continuarei tentando discernir o que está à frente e oferecer melhores opções ao...

FIM DE UMA TIRANIA

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Tripoli em festa: contra imagens não há argumentos N o jogo de xadrez, as peças menores são sacrificadas em nome da vitória final. É comum a partida acabar sem que reste um peão sequer no tabuleiro. Na vida, isto é inconcebível e inaceitável. Se não priorizarmos a existência humana como valor supremo, propiciaremos o advento da barbárie. Para os revolucionários, mais ainda. Existimos para defender os peões, não os reis ameaçados. Então, é simplesmente grotesco e indefensável o alinhamento de qualquer esquerdista com déspotas como o que está sendo derrubado na Líbia e o que precisa ser derrubado na Síria. Devemos, sim, fazer tudo que pudermos para evitar que sejam substituídos por outros tiranos e/ou joguetes dos EUA e de Israel. Pode um revolucionário identificar-se com ISTO ?! Mas, estendermo-lhes as mãos significa trairmos nossa missão, conforme foi brilhantemente enunciada por Marx. Cabe-nos conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização, sentenciou, c...

REVOLTA ÁRABE: LIBERDADE, AINDA QUE TARDIA

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Ao ler que outro tirano bestial dos países árabes promoveu, na 6ª feira que para nós foi santa, outro massacre bestial, veio-me à lembrança a frase com que Edgar Allan Pöe iniciou seu soturno conto Metzengerstein : " O horror e a fatalidade têm tido livre curso em todos os tempos. Por que então datar esta história que vou contar? " Só que há, sim, um motivo para termos bem presente a data em que os Gaddafis e al-Assads tentam perpetuar-se no poder por meio das mais repulsivas carnificinas. É que as lutas pela liberdade, em nações que não perderam o trem da História, aconteceram no final do século 18 e ao longo do século 19. A sensação é de déjà vu . Parece que embarcamos num túnel do tempo, de volta a um passado autocrático que não deixou nenhuma saudade, para assistirmos à tomada de Bastilhas que há muito já deveriam ter virado pó. E pensar que  ainda existem alguns tacanhos ditos de esquerda, capazes de, em nome de uma racionália tortuosa e também ancorada num passado e...

AFINIDADE COM GADDAFI REVELA O LADO 'MONSTRO' DOS 'MÉDICOS' LIBERAIS

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Está devastadora a coluna desta 5ª feira do Clóvis Rossi, Liberais só com a vida alheia , sobre a saia justa em que ficaram dois dos papas do pensamento econômico burguês, em função de sua promiscuidade com a ditadura Gaddafi. Sobre Anthony Giddens, que formulou e difundiu o conceito de "terceira via" (opção ao viés estatizante da velha social-democracia e ao liberalismo econômico impiedoso), Rossi constata: "Giddens (...) queria menos intervenção do Estado na economia, o que se tornou, de resto, o pensamento hegemônico no planeta. Mas tolerava, ao dialogar com Gaddafi, a pior forma de intervenção do Estado, que é a de decidir quem vive e quem morre, quem é torturado e quem é banido". O colunista não foi menos contundente com Howard Davies, bom parceiro de Gaddafi quando dirigia a London School of Economics: "Davies é um caso ainda mais extremado de ojeriza à intervenção estatal... Pelos negócios feitos com a Líbia de Gaddafi, já como diretor da LSE, vê-se qu...