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Mostrando postagens com o rótulo repressão

IMPRENSA x DITADURA: "FOLHA" ADMITIU PECADOS MAIS GRAVES AINDA

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Por Celso Lungaretti Já que  O Globo  reconhece ter apoiado o golpe de 1964, vale lembrar que o  Grupo Folha  também  fez sua   mea culpa   em fevereiro de 2011,  quando comemorava o 90º aniversário. Usou, contudo, o artifício de esconder tal admissão no meio de um quilométrico texto louvaminhas. Eu  e todo mundo teríamos passado batidos, se a ombudsman não houvesse levantado a  lebre em sua coluna dominical. Alertado, fui atrás e encontrei a matéria em questão. Eis os trechos principais do artigo que escrevi em 27/02/2011:   Assim a FT noticiou a morte do 'Bacuri', bestialmente torturado durante 108 dias. S uzana Singer, a ombudsman da  Folha de S. Paulo , repreende o jornal por ter transformado a comemoração dos seus 90 anos de existência numa  festa imodesta .  Eu usaria outro adjetivo para qualificar a imagem maquilada que Calibâ produziu de si mesmo para fins de efeméride, mas omb...

ARQUIVOS SECRETOS OBTIDOS PELA "ÉPOCA": NEM TUDO É VERDADE

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Por Celso Lungaretti A revista Época está publicando uma série de reportagens sobre arquivos secretos da Marinha referentes à repressão nos anos de chumbo, que lhe foram entregues, microfilmados, numa "caixinha de papelão do tamanho de um livro". Eis como descreveu sua prenda: " Escondidas por um militar anônimo, 2.326 páginas de documentos microfilmados daquele período foram preservadas intactas da destruição da memória ordenada pelos comandantes fardados. Os papéis copiados em minúsculos fotogramas fazem parte dos arquivos produzidos pelo Centro de Informações da Marinha (Cenimar), o serviço secreto da força naval. Ostentam as tarjas de 'secretos' e 'ultrassecretos', níveis máximos para a classificação dos segredos de Estado e considerados de segurança nacional. Obtido com exclusividade por Época , o material inédito possui grande importância histórica por manter intactos registros oficiais feitos pelos militares na época em que os fato...

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA TRUCULÊNCIA DA PM NA USP

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Por Celso Lungaretti A Folha.com noticia : o Ministério Público solicitou abertura de inquérito para apurar brutalidade policial durante a desocupação da reitoria da Universidade de São Paulo, no último dia 8: utilização de bombas de efeito moral, ameaças aos estudantes, bloqueio desnecessário dos seus caminhos, etc.  Em suma, as intimidações e provocações de sempre. Uma estudante que mora no Crusp -- ala residencial para alunos da USP -- me escreveu dizendo-se sexualmente assediada por um PM durante a versão brasileira de As invasões bárbaras . Mas, teme revelar o seu nome e a humilhação que sofreu. O promotor Eduardo Ferreira Valério revelou possuir mais de dez relatos sobre a atuação dos PMs no Crusp, que ele qualificou de "truculenta". Como diria o Nelson Rodrigues, é o  óbvio ululante ... Eu gostaria que a PM tratasse os mandachuvas da grande imprensa de forma tão civilizada quanto agiu na USP, segundo a versão edulcorada, engana-trouxa, que seus veíc...

ESTUDANTES DA USP QUEREM APRENDER DEMOCRACIA. O REITOR NÃO ENSINA

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Por Celso Lungaretti A convite do Centro Acadêmico Ruy Barbosa, darei uma aula pública sobre Segurança e Democracia , na Escola de Educação Física e Esporte da USP, a partir das 9h30 desta 2ª feira (21). Tenho mais a dizer sobre a segunda, claro. Aliás, conheço o assunto bem melhor do que o reitor atual e a anterior, cuja ignorância é tão crassa a ponto de considerarem tropas de choque compatíveis com templos do saber. D. Paulo Evaristo Arns, que foi de uma coragem e dignidade ímpares quando vândalos fardados invadiram e depredaram a PUC/SP em 1977, jamais será esquecido. Já essas duas patéticas figuras só vão ser lembradas como exemplos negativos, de educadores que se comportaram no estado de direito como se atuassem intimidados, pisando em ovos, na Alemanha nazista ou na Espanha fascista. Ou, pior ainda, como se compartilhassem os valores de Hitler e Franco. Aliás, a um correligionário do segundo se deveu a palavra de ordem que melhor define os acontecimentos rece...

CRISE DA USP: "FOLHA DE S. PAULO" CONTINUA SEMEANDO DITABRANDAS

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Por Celso Lungaretti O jornal da  ditabranda , sempre travando o mau combate, mobilizou seus pesquisadores de opinião para dar argumento aos defensoreres da escalada autoritária na Universidade de São Paulo. Gostou tanto do resultado que o trombeteou na capa: "58% dos alunos da USP apoiam a PM no campus". Nenhuma novidade. Também em 1968 os estudantes de Exatas e Biológicas, em sua maioria, queriam apenas o diploma, a profissão bem paga, a carreira e o status. Que a cidadania fosse para o diabo. Que o povo continuasse pisoteado pelas botas militares. A liberdade só era prioridade para os alunos de Humanas, como continua sendo até hoje. E os reacionários da época usavam o mesmíssimo bordão contra os justos e os idealistas: universidade é lugar para estudar, não para fazer baderna . Agora acrescentam: nem para se fumar maconha . Pois bem, não fujo da raia e afirmo com todas as letras: hoje, os que apenas desempenham cegamente suas profissões, sem levarem em co...

SÃO O OPUS DEI E A TFP QUE REGEM O ESPETÁCULO NA USP?

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Por Celso Lungaretti Também em 2007 Rodas chamou a PM para agredir estudantes " Isto é apenas uma ação autoritária, típica do espírito neo-fascista, ou é o embrião de um golpe? Não temos suficientes elementos para saber, mas a hipótese deve ser pelo menos considerada. " A ponderação é de Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, no artigo USP: um foco golpista? . Ele também vê com apreensão a escalada autoritária na Universidade de São Paulo e a sequência de medidas visivelmente provocativas do reitor João Grandino Rodas. Em sua análise -- exaustiva, abrangente e impecável como sempre --, Lungarzo toca num ponto crucial: o atual reitor da USP foi escolhido contra a vontade manifestada pela comunidade acadêmica (que o preteriu na lista tríplice elaborada por votação), nem de longe apresentava méritos acadêmicos que justificassem a escolha, mas é tido e havido como integrante da organização ultradireitista Tradição, Família e Propriedade . Eis mais alguns d...

PM x USP, AUTORITARISMO E BARBÁRIE

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Por Celso Lungaretti O utros tempos, outro mundo é o título de uma coletânea de contos  sci-fi   de Robert Silverberg, lançada em 1970. Menos valorizado que Asimov, Bradbury e K. Dick, ele é autor de uma indiscutível obra-prima, Mundos fechados (1973). Mas, não é propriamente de Silverberg que eu quero falar, mas sim da sensação que tive ao ler a coluna desta 5ª feira (10) de Carlos Heitor Cony, O abuso das algemas , sobre Conrad Murray, o médico que querem jogar numa prisão porque Michael Jackson morreu: " Ele foi condenado em primeira instância porque estava ausente do quarto onde o cantor, já devidamente dopado, tomou uma overdose do remédio que o matou. Que houve culpa do médico é evidente: sabendo da situação, ele deveria estar junto ao leito do artista ou ter retirado o remédio de seu alcance. Daí a acusação de homicídio culposo. Tudo bem, a justiça foi feita, pelo menos em sua primeira etapa. O que não compreendi foi o ritual dos guardas logo após a le...

ESCALARA AUTORITÁRIA NA USP É INÍCIO DE ARTICULAÇÃO GOLPISTA?

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Por Celso Lungaretti P revisivelmente, a ditadura mal extirpada em 1985 insinua-se pelas frestas da democracia. A presença e a ação da Polícia Militar no campus da USP, como um túnel do tempo, nos remete diretamente aos  anos de chumbo , quando tais demonstrações de força, de uma truculência e de um ridículo atroz, eram amiúde utilizadas para intimidar estudantes, professores e cidadãos. Pareceu estarmos assisitndo de novo a prisões em massa de universitários como as do congresso da UNE em Ibiúna e ataques a campi como o deflagrado por Erasmo Dias contra a PUC. Foi o máximo de perda que poderia causar um episódio de absoluta insignificância. E, agora, a exigência de fiança para libertar quem jamais deveria ter sido preso é outra grotesca aberração -- para não dizer evidente provocação. Este caminho só leva ao acirramento dos ânimos, até se chegar ao que ninguém deveria querer: universitários mortos ou feridos por aqueles a quem compete defender a coletividade de ...

Como nos tempos da Inquisição.Tomara que minha mãe não jogue gasolina nele!

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Após defender o direito à união civil homoafetiva a CartaCapital, o pastor Ricardo Gondim vira alvo de ofensas na internet e perde o posto de colunista em revista evangélica na qual escrevia há 20 anos Rodrigo Martins 23 de maio de 2011 às 17:43h     Após defender o Estado laico e o reconhecimento jurídico da união homoafetiva em entrevista a CartaCapital no fim de abril (clique aqui para ler), o pastor Ricardo Gondim, líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista, virou alvo de ferrenhos ataques de grupos evangélicos na internet. Um fiel chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse “arrancaria a cabeça” do pastor herege. “É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição”, comenta Gondim, que já previa uma reação de setores do mainstream evangélico, os movimentos neopentecostais com forte apelo midiático. Surpreendeu-se, no entanto, ao ser informado que, graças às declarações feitas à revista, não poderia mais escrever para uma pub...

"FOLHA" ADMITE ENTREGA DA DIREÇÃO DA FT A ENTUSIASTAS DA REPRESSÃO

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Assim a FT noticiou a morte do 'Bacuri',  preso 108 dias antes e triturado nas torturas. Suzana Singer, a ombudsman da Folha de S. Paulo , repreende o jornal na coluna deste domingo, por ter transformado a comemoração dos seus 90 anos de existência numa festa imodesta .  Eu usaria outro adjetivo para qualificar a imagem maquilada que Calibâ produziu de si mesmo para fins de efeméride, mas ombudsman que não doura a pílula deixa de ter seu mandato renovado pelo herdeirozinho que manda e desmanda... Sobre o caderno comemorativo, Singer diz algo interessante: " É verdade que o especial de 90 anos da Folha teve (...) a coragem de explicar o apoio do jornal ao golpe militar e o alinhamento da Folha da Tarde à repressão contra a luta armada. Trouxe também críticas duras feitas pelos ex-ombudsmans. Mas foram apenas notas dissonantes [ grifo meu ] " . Sim, no meio da overdose de auê, passou despercebido o texto 90 anos em 9 atos , de Oscar Pilagallo, cuja principal f...