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Mostrando postagens de julho, 2011

UM FILHO DA PÁTRIA QUE FOGE À LUTA: BRILHANTE USTRA

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Embora adorem cerimônias cívicas e hinos, os militares brasileiros nem sempre se colocam à altura dos modelos que cultuam. O coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra -- aquele que, segundo a frase imortal do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, “emporcalhou com o sangue de suas vítimas a farda que devera honrar” -- faz jus ao nome: fecha-se como uma ostra quando confrontado com seus  feitos . A ele não se aplica o "verás que um filho teu não foge à luta". Nem de longe. Desde que a atriz Bete Mendes, ainda no (des)Governo Sarney, o identificou como o antigo comandante do DOI-Codi, principal centro de torturas paulista durante os  anos de chumbo , Ustra evita o confronto com seus acusadores. Alega inocência, mas age como o culpado que, indubitavelmente, é. Baseia-se nos relatórios secretos militares -- aqueles que o Governo nunca consegue encontrar, mas a extrema-direita virtual utiliza dia e noite como munição propagandística -- para escrever livros

EDITE DE LIMA PEIXOTO MINHA MÃE

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  “Qua ndo a lama virou pedra e mandacaru secou, quando ribançã de sede bateu asas e voou; foi aí que eu fui me embora carregando a minha dor; hoje eu mando um abraço p'ra ti pequenina: Êta pau pereira que a princesa já roncou; êta paraíba mulher macho sim senhor. êta pau pereira meu bodoque nem quebrou hoje eu mando um abraço p'ra ti pequenina. Paraíba masculina mulher macho sim senhor.Saí p'ra lá peste! “ — 64 anos de vida minha desfez hoje. O que posso dizer para ela num dia como esse? Que viva mais, muito mais e melhor. Que consiga colher cada dia como se fosse o último. Aprendi, com Rubem Alves, um pastor herético que gostaria muito que ela amasse também que a palavra que melhor expressa esse desejo é carpe die . “Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente. — Sei que mais de meio século minha mãe viu, senti

DIANTE DA LEI (HOJE)

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Diante da lei está um porteiro. Um cidadão de país dito democrático chega a este porteiro e pede para entrar na lei. Mas o porteiro diz que, por determinação da juíza, não pode permitir-lhe a entrada. Quase um século depois, vi-me repetindo o enredo kafkiano . A porta em questão foi a da 20ª Vara Cível, no Fórum João Mendes. E eu não me conformei em esperar, como o fictício homem do campo da Checoslováquia; pedi ao porteiro que transmitisse à juíza minha solicitação de ingresso. Ele tinha em mãos a lista dos poucos que poderiam ser admitidos na audiência de testemunhas de acusação contra o coronel reformado Carlos Brilhante Ustra, na ação por danos morais que lhe movem a irmã e a antiga companheira do jornalista Luiz Eduardo Merlino. Gato escaldado por uma má experiência em Brasília -- tive de sair correndo até a Cia. do Terno para poder assistir ao julgamento de Cesare Battisti no STF, já que calça e casaco não bastavam --, cheguei cedo e com traje formal completo, inclusive grav

Condenados por amar radicalmente seus semelhantes

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“Amai a vossos inimigos”. (Mt.5.44)   E pensar que na minha última encarnação fui um batistão. Sim, fui mesmo um feroz apologista da ortodoxia evangélica do tipo ligado a Convenção Batista Brasileira sempre alerta e feroz na guarda dos fundamentos cristãos na qual fui muito bem doutrinado por muitos anos da minha vida. Vi muita coisa a partir de dentro: coisas de fazermos rasgar a bíblia ou usá-la como papel higiênico! Como esse e os demais denominados cristãos, eram e são cristãos! Como amam seus "inimigos"!? Como fui bem treinado para evangelizar meus "rivais" adventistas, espíritas, xangozeiros, assembleianos, católicos, prebisterianos [que chamavámos de "primos"] e etc.. Como meu faro foi transformado em inquisidor. Ok. Passando o tempo lá dentro entre meus "irmãos" em Cristo, lembro do irmão Jetrinho: filho do então vice-presidente da PIB de Arêias-Recife/PE, o Vice-moderador Jetrão [ainda no cargo desde de então] que, após o cu

PAU NA BICHARADA...

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pau na bicharada por Marcelo Rubens Paiva 19.julho.2011 13:43:04 Homem tem orelha decepada após grupo questionar sua sexualidade. Vítima estava abraçada com filho em uma festa de peão em São João da Boa Vista, interior de SP. 18 de julho de 2011 | 21h 05 Carolina Spillari – estadão.com.br SÃO PAULO – Um homem estava passeando abraçado com o filho no último sábado, 16, quando teve parte da orelha mordida e decepada, informou nesta segunda-feira, 18, a Polícia de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, cidade onde aconteceu o incidente. Os dois estavam em uma festa de peão. O agressor que mordeu a orelha do homem estaria acompanhado de cerca de 20 pessoas. Em princípio, o grupo teria perguntado se ele e o filho eram gays . Depois, um dos integrantes do grupo acabou agredindo a vítima e arrancando parte de sua orelha. A polícia de São João da Boa Vista ainda investiga o episódio. Muitos leitores afirmaram abaixo que, sim, se incomodam com um bei

RESCALDO DE UM ATENTADO DEBILÓIDE

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O filósofo Vladimir Safatle continua sendo responsável por alguns dos fugazes lampejos de vida inteligente que ainda encontram brecha no  inferno pamonha   engendrado pela indústria cultural. No artigo Um fantasma na Europa , ele disseca o atentado norueguês com base nas leituras que Theodor Adorno e Max Horkheimer fizeram do totalitarismo contemporâneo, acertando na mosca: " ...o fascismo conseguira se colocar como um modelo de forma de vida. No caso, uma forma de vida constituída através da transformação de comportamentos patológicos em norma social, de temáticas que normalmente aparecem em delírios paranoicos no conteúdo de discursos políticos tacitamente aceitos. Assim, delírios de perseguição se normalizavam por meio da crença de que um elemento estranho estava infectando a bela totalidade de nosso corpo social. Elemento que destruiria, com o beneplácito de cosmopolitas ingênuos, nosso caráter nacional naquilo que ele teria de mais especial. Força e disciplina eram convoca

CHAME O LADRÃO!

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"Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa, santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão" A lvo preferencial das tesouras da ditadura militar, o sempre criativo Chico Buarque bolou em 1974 um estratagema para suas composições não serem obsessivamente dissecadas pelos censores, sempre à procura de pêlo em ovo: passou a enviá-las às  donas solanges  da vida com a assinatura inventada de Julinho da Adelaide . A artimanha deu tão certo que até uma entrevista do tal Julinho foi publicada na Última Hora , conforme se vê aqui . É óbvio que o segredo não duraria muito. Mas, permitiu que se tornassem bem conhecidas "Jorge Maravilha" ("E como já dizia Jorge Maravilha/ Prenhe de razão/ Mais vale uma filha na mão/ Do que dois pais voando") e "Acorda Amor". Esta última é uma limonada feita com o limão do pesadelo qu

Escolas mal Assombradas

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As Escolas Públicas são assombradas.... 1- Há um espírito ruim, talvez um Exu que gosta de zanzar, de perambular pelas escolas públicas de Ruindônia. Às vezes ele costuma permanecer mais tempo nas escolas da capital que no interior. O fato é que, de um jeito ou de outro, ele faz questão de se manifestar em todas elas. De certo modo, ele é onipresente, mas nem sempre visível aos nossos olhos, porque adora transitar sorrateiramente nos corredores escolares, buscando uma brecha, uma fresta por onde possa entrar. Geralmente nas relações interpessoais que fazem a escola ser o que tem sido e o que é. Quando surge aí uma oportunidade, esta entidade sobrenatural entra em ação e, como o povo daqui costuma falar, faz o maior pizeiro. 2- Seria um “esprito” zombeteiro? O cramunhão? O tinhoso? Ou todos eles resumido num só? Sabe-se lá direito o que é! O fato é que o mesmo é escolado e adora repartição pública e tem um carinho especial pelas escolas, onde suas facetas podem gerar maior

Como nos tempos da Inquisição.Tomara que minha mãe não jogue gasolina nele!

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Após defender o direito à união civil homoafetiva a CartaCapital, o pastor Ricardo Gondim vira alvo de ofensas na internet e perde o posto de colunista em revista evangélica na qual escrevia há 20 anos Rodrigo Martins 23 de maio de 2011 às 17:43h     Após defender o Estado laico e o reconhecimento jurídico da união homoafetiva em entrevista a CartaCapital no fim de abril (clique aqui para ler), o pastor Ricardo Gondim, líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista, virou alvo de ferrenhos ataques de grupos evangélicos na internet. Um fiel chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse “arrancaria a cabeça” do pastor herege. “É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição”, comenta Gondim, que já previa uma reação de setores do mainstream evangélico, os movimentos neopentecostais com forte apelo midiático. Surpreendeu-se, no entanto, ao ser informado que, graças às declarações feitas à revista, não poderia mais escrever para uma publicação e

O PASTOR HEREGE QUE SEMPRE SONHEI QUE MINHA MÃE TIVESSE

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Gerson Freitas Jr 27 de abril de 2011 às 8:48h “Deus nos livre de um Brasil evangélico.” Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais. Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir. CartaCapital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento? Ricardo Gondim: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento do número de e