Escolas mal Assombradas

As Escolas Públicas são assombradas....

1- Há um espírito ruim, talvez um Exu que gosta de zanzar, de perambular pelas escolas públicas de Ruindônia. Às vezes ele costuma permanecer mais tempo nas escolas da capital que no interior. O fato é que, de um jeito ou de outro, ele faz questão de se manifestar em todas elas. De certo modo, ele é onipresente, mas nem sempre visível aos nossos olhos, porque adora transitar sorrateiramente nos corredores escolares, buscando uma brecha, uma fresta por onde possa entrar. Geralmente nas relações interpessoais que fazem a escola ser o que tem sido e o que é. Quando surge aí uma oportunidade, esta entidade sobrenatural entra em ação e, como o povo daqui costuma falar, faz o maior pizeiro.
2- Seria um “esprito” zombeteiro? O cramunhão? O tinhoso? Ou todos eles resumido num só? Sabe-se lá direito o que é! O fato é que o mesmo é escolado e adora repartição pública e tem um carinho especial pelas escolas, onde suas facetas podem gerar maiores e melhores resultados que em qualquer outro lugar e inúmeros discípulos. É nas escolas públicas onde ele pode realizar sua maior e mais espetacular façanha: espalhar cizânia entre as pessoas e com isso impedir que qualquer projeto político pedagógico que ela esteja se desenvolvendo ou se reformulando se efetive plenamente, bem como arruinar reputações e as relações entre os agentes que trabalham na escola. Porque as pessoas possuídas por ele brigam tanto entre si  e, alguns com suas panelinhas atanazam tanto as vidas de outras pessoas que dela não querem fazer parte, que nada pode ser construído, nada pode ser revisto ou mudado dentro dessa instituíção. Nada vai adiante, nada evolui. Não há paz no ambiente de trabalho. Pelo o contrário: tudo para, tudo permanece como sempre foi. O ambiente escolar vira um inferno silencioso e eficaz. É o triunfo do conservadorismo de todas as extirpes dentro das unidades escolares.
3- Esse coisa-ruim, esse saci embora se movimente muito, age para, exatamente fazer o oposto: impedir a luta dos contrários, evitar a todo custo que a dialética aconteça e a história nunca mude seja lá para qual direção que for. Como só o movimento pode provocar mudanças, corre-se o risco dele trazer consigo surpresas desagradáveis, então ele, arteiro que é, dar um jeitinho para que movimento algum aconteça. Apodera-se das pessoas que lhes dão brecha e que com ele simpatizam mesmo sem ter consciência de quem ele é e do que ele faz. Geralmente gente muito crente, muito crédula, até muito religiosa. Pessoas, com idéias fixas e cabeças cheias de pensamentos que julgam serem absolutos e inquestionáveis logo, portanto, pensamentos estagnados pela falta de movimento. Quanto mais crente e crédula nisso, melhor para o tinhoso. Se nossos pés derem passos na mesma direção, nós não andamos. Não obstante, tais indivíduos não se lembram disso, acreditam no oposto, no que o saci quer que eles acreditem. Essas figuras costumam ser muito confiantes, cheios de si, orgulhosos, consideram-se donos da verdade e não servos dela e até se acham mais piedosos que todos os seus pares. Isso é visível quando componentes dentro das escolas, por exemplo, passam a desgostar de outros por serem diferentes, terem outras idéias e preferências políticas, sexuais, religiosas e pedagógicas. E pior, muitas das vezes, por nada [pasmem!] por pura antipatia camuflada.
4- É por essa razão que as escolas públicas de ruindônia, são mal assombradas. Porque inúmeras pessoas que nelas trabalham, que dela se servem se associaram ao “zombeteiro”. São seus verdadeiros fantasmas. Assombrações encarnadas em forma de professores, diretores, zeladores, porteiro, merendeiras e alunos zanzando entre os muros da escola assombrando, azucrinando, como nas estórias de trancoso que ouvia em Pernambuco quando criança, os que querem simplesmente viver, se mexer e fazer aquilo que acredita ser o melhor. Mesmo, que no exercício da sua singularidade, cometam erros, tropecem, vacilem, seja mal entendidos e, por isso, perseguidos porque apesar de todos os acertos e erros que possam cometer: se mexem! Não deixam que as correntezas das nossas vidas sejam represadas e se recusam a balir como certos colegas que se acostumaram com a suposta vida boa de ovelha comissionada pelo Estado. Esta “assombração” adora a rotina e o servilismo dos seu súditos.
5- Mas, que ungüento pode afastar tais assombrações? Será que existe algum amuleto, sal grosso ou uma oração poderosa que possa fechar nossos corpos contra essa entidade que adora se mexer só para fazer os outros pararem? Não sei! Como repelir os fantasmas que assombram as escolas do Estado? Como fugir dos exus perseguidores, assediadores morais dotados do poder de uma portaria dada por um secretário nomeado pelo governador?[Exu-Maior?] Como escapar dos seus demônios ajudantes? Dizem as escrituras cristãs que, muitas vezes, a “entidade” não age sozinha, tem diversos auxiliares, capachos e aliados. Se você por sorte se livra de um, mas não der um jeito de fechar seu corpo, ela volta e ainda leva junto todos eles. Mas, o que fazer? Sinceramente, só sei dizer o que eu fiz: RESISTI. Contudo, paguei caro por isso. Hoje vivo a base de um repelente moderno, um “sal-grosso” da medicina disponível aos servidores públicos vitimados: o Rivotril. Há alguém que tenha alguma idéia melhor? Que me digam!






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Válida a inscrição do meu blog ao serviço de Paperblog sob o pseudônimo Peixoto 1967

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