ACERCA DOS QUE PENSAM QUE EU SOU DO CONTRA A TÔA.

INTRODUÇÃO – Um amigo a quem estimo muito, filiado ao PT, ao ler rapidamente o que escrevi sobre a personagem Claudir - presidenta do sindicato dos trabalhadores em educação - SINTERO, licenciada para disputa de uma vaga na assembléia legislativa local não gostou do texto que escrevi. Não gostou das minhas afirmações feitas a respeito desta moça no texto postado, originalmente, no dia 08 de junho de 2010. Ou seja: ontem. Sua antipatia ao texto se baseia nas seguintes suspeitas, a saber: [1]minha crítica é pessoal. [2] sou um invejoso. [3] sou pelego. Há outras razões, porém me deterei nessas aqui citadas por enquanto.



1– Pode até parecer pessoal, mas não é. Nada de pessoal nesta cidadã me interessa a não ser aquilo que possa provocar desconfiança se houver alguma relação com o que ela faz publicamente na condição de presidenta de uma entidade de profissional. Isto é: não me interessa, por exemplo, quais os pratos preferidos dela, o que ela come no almoço. Agora, se ela se aproveita da sua condição de presidenta para almoçar em restaurantes e fizer uma refeição que não faria com o salário de professora que ela recebe, então, isso me incomoda. Considero isso um privilégio indevido e antiético. Soa uma afronta, uma indiscrição imperdoável. Pois, ela não pode se comportar como se fosse melhor e mais especial que os companheiros que ela diz representar. Este jeito de agir não difere, em essência, ao jeito de ser das pessoas que se encontram situada numa classe social privilegiada, que estão cagando e andando para os empregadinhos domésticos ou rebeldes que estão abaixo de sua posição econômica, política e social. Conquistar a presidência de uma entidade profissional não pode significar ascensão social do indivíduo, sozinho, mas da maior parcela da categoria que votou no grupo dela. Embora que, olhando a partir de um ponto de vista típico de uma classe média nativa, isto seja “natural”. É um ponto de vista, que mesmo de longe, se parece com o da elite brasileira durante o período colonial, que mesmo sendo formada por gente “mestiça,” se consideravam européia. Nesta linha de raciocínio, posso dizer com base no que já presenciei e vejo, que ela e seu “coletivo” ostentam um padrão de vida diferente da maioria dos sindicalizados; usufrui de condições que não são extensivos aos demais companheiros, pior: que não se traduz nem em longo prazo, em benefícios parecidos para todos.


2– Nunca senti e não sinto inveja dela. Nunca almejei possuir o que ela possui materialmente falando. Nunca desejei ser presidente desta entidade ou a disputar cargos políticos. Minhas vaidades são outras. Deixei a muito tempo de acreditar nas possibilidades “redentoras” desse jeito de fazer política. Deixei de crer na chamada democracia representativa. Ninguém, por melhor que seja, é capaz de me representar. O melhor representante de minha pessoa, sou EU! Delegar poderes aos outros é me sujeitar, é me render a alguém tão limitado, fraco e humano como eu. Ao me sujeitar aos outros, não posso depois reclamar quando não me sentir correspondido. É como este mesmo amigo já disse certa vez: “que o nosso mal é delegar poderes ao outros; é, depois de votarmos, deixar que os outros façam aquilo que gostaríamos que fizessem por nós”. Contudo, sei que nossa sociedade não foi formatada de forma que os indivíduos pudessem não depender do outro para viver. Sei que, em se tratando especialmente, do trabalhador, este, mas que qualquer outra classe social, só tem alguma chance se agir conjuntamente. Não obstante, o que se pode constatar, é a confusão deliberada do significado que é atribuído ao conceito de trabalhador, por exemplo. Este é visto, pensado, tratado é falado como se fossem: manada, cardume, rebanho, num igualitarismo perigoso e nefasto para os mesmos. Nos espaços tais como o sindicato, onde eles deveriam ser tratados, sempre, cada vez mais, como indivíduos, são, na verdade, tratados como “massa”, “base”, “coletivo”. A condução que Claudir e o grupo que dirige este sindicato desde a sua fundação tem se distanciado disso: se massificou em todos os sentidos para o azar dos filiados. Do ponto de vista Weberiano; se burocratizou, e, como conseqüência, se distanciou de fato dos que eles dizem representar. Na falta, deliberada, de políticas que fizessem cada sindicalizado se sentirem, parte, donos dos destinos do seu sindicato, resta para esse pessoal a demagogia ideológica que até hoje utilizam, afirmações vazias do tipo: “o SINTERO somos nós”. Com um aparelho sindical estruturado dessa maneira: o argumento que é isto que eu desejo não se sustenta. Prefiro atuar noutro lugar menos complexo.


3– Ser rotulado de pelego é agir de má-fé. É sacanagem pura e simples. É reproduzir a fala de quem enxerga a vida apenas por dois lados, o bem ou o mal. É o espírito de Mani que baixou no corpo de quem pensa assim. No dia 20 de outubro de 2009, fui provocado, ofendido e acusado do que não fiz por uma senhora, pedagogicamente caquética e politicamente autoritária, diretorzinha de uma das escolas estaduais que tive a infelicidade de trabalhar na cidade de Porto Velho, que chorando por falta de argumento melhor, me rotulou de “covarde”, “vagabundo” e de “pelego”. Quem nunca se deu o trabalho de observar atentamente sua conduta de gestora, poderia pensar que se tratava de alguém, cuja práxis, contrariasse e combatesse o pensamento pedagógico estatal hegemônico no interior do sistema. Ledo engano. Esta figura desprezível que não cito o nome para não PROFANAR meu texto SERVE a este referido pensamento, ao governo e ao Estado que lhes dão sustentação. Todo o assédio da qual fui vítima naquele período lá trabalhado, era uma tentativa de me coagir a ser como ela e quase a totalidade dos lá trabalham tem sido. E o que ela tem sido até agora: justamente aquilo que ela me rotulou aos prantos. Será que se eu fosse mesmo o que ela disse que eu sou teria sido adoentado por conta do assédio moral sofrido? Ela teria me afastado da escola? Tenho meus defeitos e minhas contradições, mas nunca me vendi a governo nenhum. Mesmo tendo passado um tempo dentro da representação de ensino, nunca compactuei com os abusos que pude ver transitando por lá. Nunca felicitei nenhum daqueles colegas que sentiam prazer em prejudicar outros colegas sem dar-lhes o amplo direito de defesa. Mesmo sem ser ouvido, exercitei minha crítica lá dentro. Em sala de aula, fiz o possível para agir dentro dos meus princípios sem prejudicar aluno algum. Minha fase de alma sebosa do passado foi superada. O Peixoto do passado condenaria, com certeza, o PEIXOTO do presente.


4– Por fim, ser contra a candidatura da Claudir não é ser contra o direito dela de se candidatar. Ser contra isso é acreditar no que esta candidatura representa, no mal que isso pode ser para quem, ingenuamente votar nela. É ignorar, em nome da “fidelidade partidária”, em nome do que este grande amigo chama de “espírito partidário” todos os fatos negativos em que o grupo dela foi o protagonista, o responsável principal. Que só trouxe conseqüências danosas para a maioria que compões a categoria dos que trabalham na educação. Silenciar diante desta candidatura, é ser cúmplice disso tudo, é premiar um projeto político sindical que, diante do governo que aí está se mostrou esgotado.É também reafirmar a crença absurda de que este é o melhor jeito de uma categoria ser representado: por alguém que não se submeteu a aprovação da mesma. É subscrever outra crença também absurda que só às pessoas do grupo dela e talvez do partido dela sejam capazes de defender a categoria e de ser patrocinado pelo o aparato sindical a se candidatar a algum cargo legislativo ou executivo. Será que não haveria outra forma do sindicato bancar a candidatura de mais companheiros, mesmo daqueles que atuam em prol da categoria fora deste grupo? As atitudes que estamos vendo até agora, apontam para um outro caminho: o mesmo de sempre. Infelizmente!

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