"Eu, O Grande Mário Jorge e a grandeza que espero que ele tenha".

1- Cheguei pela última vez em Porto Velho para tratamento médico, passar na junta médica do estado e resolver alguns problemas, entre eles, o de tentar uma audiência com o Excl. Senhor Governador Confúcio Moura e o de viabilizar a transferência da minha esposa que é funcionária pública recém-empossada no estado e que se encontra em estágio probatório para capital por razões de saúde. Isto é da minha saúde mesmo. A doença adquirida pelo assédio moral sofrido enquanto lecionava numa escola pública durante a gestão do governo anterior. A ação perniciosa de uma colega em posição de poder, uma diretora, desencadeou todo o meu atual problema de saúde, isso desde o ano de 2008 e 2009. Ela era especialista em perseguir, cercar, atanazar, perturbar e arrumar arapucas de forma quase que sistemática todos que caíssem em desgraça com ela. E como se caia numa situação dessas? Simples: bastava contrariar as vontades dela. Discordou: lascou-se! Desobedeceu: piorou era exilado, expulso do local de trabalho. O camarada era enxotado como um cão sarnento para fora da escola. Esta era tratada como se fosse a casa dela, não uma instituição pública. Mas, não agia sozinha não. Tinha amigas colaboradoras, que por sinal, continua entulhadas na mesma escola como se fosse dejetos do governo passado deixado para trás a fim de atanazar os outros.

2- Ok, desde então venho me submetendo a um tratamento médico que se iniciou na capital e, mesmo tendo ir morar no interior, continuou até hoje sendo realizado na capital. Crises depressivas profundas intermitentes, insônia, pânico com barulho e amontoados de gente, afobação, e ansiedades são sintomas que convivem comigo até hoje desde então. Uma vez iniciado o tratamento, o único resultado plausível é o controle com base nos medicamentos prescritos pelo médico e seu acompanhamento. Logo, por ter começado pela capital, fica difícil mudar de médico e ter que passar pela agonia de repetir a história que gerou todo esse mal em mim de novo. O recomendável é continuar com o mesmo profissional com que comecei a ser tratado. Mas, apesar disso tudo, o controle nem sempre funciona. As crises continuam aparecendo apesar da tentativa de controle. Este nem sempre funciona. O que torna a vida um pouco mais difícil para mim.

3- Fui para o interior por algumas razões. Mas, entre essas, fui para ficar longe da agitação e dos problemas que dificultam o controle da minha doença. Nada mais imbecil da minha parte. Fui para o interior do estado e o problema foi comigo junto. Lá não consegui exorcizar “os perturbadores” porque eles se encontraram excelentes condições de continuarem existindo lá também, dentro das escolas do interior. A dita diretora que desencadeou o meu problema existem aos montes por lá também variando apenas na dosagem e no estilo. Lá, os perturbadores que me infernizam se utilizam até de quem não é professor ou funcionário da escola. Eles, de vez em quando, se apossam de corpos estranhos a profissão: de parentes próximos e etc. Fora o lugar que é uma monotonia absurda, de uma carência material angustiante. Para quem não tem dinheiro, para quem apenas vive do trabalho de professor, o lugar só atrapalha, só amplifica o problema. Não colabora em nada para o controle dos perturbadores que há em mim.

4- O que vem sendo feito no tempo em que me encontro ainda por lá me levou a decidir por retornar a capital. Não há como custear as idas e vindas para capital para ser tratado. Pois o custo do transporte é elevado, sem contar as despesas para se deslocar dentro da capital. Além do mais, as condições de vida, a qualidade de vida lá no interior não melhorou em absolutamente nada. O custo de moradia é grande, o custo do deslocamento dentro dela também, pois lá não existe sistema de transporte urbano. Tudo é longe por lá, sem falar do costume da população que é difícil de compreender, de nos adaptarmos. Por tudo isso e mais algumas coisa, foi decido que o melhor é retornar para a capital, pelo o menos, para diminuir os custos de vida. Por isso procurei ajuda com o grande Mário Jorge, mas, ele é tão grande que, paradoxalmente, não consigo ser enxergado por ele. Mal ele me escuta quando tenho a sorte de encontra-lo no tal “Palacinho”, o anexo a casa grande do governador. Minha busca foi em vão. MJ escorrega como um sabonete. Ele é difícil de ser segurado com firmeza. Mais uma vez é a sua grandeza o grande problema. É preciso ter mãos enormes e fortes para conseguir tamanha façanha. Coisa que eu não tenho.

5- MJ sabonete. Mesmo assim continua sendo Grande, mas escorregadio para os que têm mãos pequenas. Tentei com ele conseguir agendar com o senhor governador uma rapidinha com o mesmo, isto é, uma breve reunião de 10 a 15 minutos: perdi meu tempo! Mas, MJ é grande mesmo. Conseguiu com sutileza me cansar e de me fazer desistir disso. Seu desdém reproduzia o que um velho amigo velho militante do PT, certa vez, me disse a esse respeito: que eu era muito pretencioso, metido e audacioso. Quem sou eu para querer falar com essa autoridade, essa autarquia? Um reles professorzinho que sequer gosta de ser definido como “professor”? Um arigó metido a besta? É, parece que esse amigo e o grande MJ disseram a verdade: um com palavra e o outro com gestos. Estou retornando ao interior para pedir minha transferência e pedir que minha esposa faça o mesmo na crença que nossas necessidades sejam compreendidas e atendidas. Restou-me essa ultima esperança: que o Mário Jorge consiga se sensibilizar com a minha doença, com a minha necessidade de ter minha esposa e filhos comigo por perto para cuidarem de mim aqui na capital onde eu estou sendo tratado desde 2008 e tome a iniciativa de me ajudar a conseguir isso. Mas, será que o grande Mário Jorge é capaz desse único gesto grandeza? Só o tempo dirá.

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