Sérgio Vieira de Mello e o seu jornalismo de opinião: crítica e independente será?

“...quem é senhor para questionar a elogiável capacidade intelectual de Mangabeira Unger”.




Senhor Sérgio Mello: Bom dia!


Muito obrigado por comentar o que este desconhecido escreveu num blog também desconhecido no dia 12 de Dezembro de 2011[Sérgio Melo, "O Jornalista da TV candelária" e sua suposta "neutralidade"]* . Mesmo não sendo do vosso interesse, gostaria assim mesmo, de responder ao seu comentário. Será que posso?
 
1- Gostaria de lhe informar que eu conheço um pouco o senhor, Professor e Dr. Mangabeira Ünger. Já li alguns textos dele e assisti uma de suas palestras sobre Rondônia no auditório da FATEC nesse primeiro semestre. Dizem que isso é muito pouco para inferir que o senhor de Harvard possa ter cometido um equívocozinho aqui e outro acolá a respeito de Rondônia. Mas, se o senhor se der ao trabalho de pesquisar, achará pessoas gabaritadas, talvez dentro do nível que o senhor considera grande, que não se intimida diante da fala rebuscada com sotaque americano e porte aristocrático boçal do Mangabeira Ünger mesmo quando foi ministro do Lula. Até que se prove o contrário, não há registro de algum grande feito desse cidadão a nível nacional. O que se sabe é que antes dele ser ministro, criticava a suposta corrupção do Governo Lula. Bastou ganhar um carguinho: se transformou em defensor do mesmo, mostrando o quanto ele é coerente. Coerência, aliais, visível no governo Confúcio Moura. Mas, como você costuma perguntar: Será?

2- Quando o senhor afirma “Quem é o senhor para questiona...”, infelizmente reproduz um vício cultural típico das elites econômicas do nosso País e desse Estado por extensão: o de uma cultura autoritária e classista. Um comportamento muito conservador típico da classe média tradicional que o senhor parece representar muito bem. Um jeito de ser que, com uma afirmação como essa, não quer saber quem é a pessoa que se manifesta, pelo contrário, quer mostrar para os que lerem seu comentário, que quem fala não é alguém. É um ninguém! E, por tabela, indiretamente, tenta também calar os ninguéns que ousarem duvidar e criticar posturas como as suas diante das câmaras de TV especialmente quando entrevista um Governador do Estado. Mas, será?

3- O senhor, em seu comentário, não contra argumenta, não se dar ao trabalho sequer de citar um mísero exemplo que conteste o que eu disse a respeito da sua conduta diante das câmeras, mas, simplesmente, escolhe o caminho mais fácil: desqualifica a pessoa que fala. Os ninguéns onde o senhor me enquadra. Pelo contrário, quase sempre em suas falas na TV, fala que nem um robô, não permite que seus entrevistados sejam contraditados por outra pessoa, mas, prefere fazer perguntas triviais, de fácil resposta para seus entrevistados e a emitir opiniões duvidosas. O seu jornalismo é light e doce: daquele tipo que não incomoda ninguém, muito menos, os poderosos. É profissional: só quer “informar”! Como não incomoda, termina servindo a todos eles mesmo quando ficas calado. A onde está o Senhor Sérgio Mello independente? Crítico? Opinativo de fato? Ele existe, é real? Será?

4- É claro que o senhor pode opinar como quiser. Mas, isso não o isenta de ser criticado como todos que tornam públicas suas opiniões também, inclusive eu. Só lamento sua incompreensão. Mas a sua “opinião” a respeito da sapiência do senhor Mangabeira Ünger no que diz respeito à realidade de Rondônia, é infeliz e quem prestou atenção de fato a cada uma de suas palavras é induzido a suspeitar de que se trata de uma “opinião” do tipo chaleira para não usar outro adjetivo. Eu até acredito que o senhor se impressionou com a palestra que ouviu do ilustre doutor de Harvard, mas, se tivesse mesmo o interesse de pensar criticamente, veria que há inúmeros problemas no discurso dele, especialmente no quesito: “educação”. Se ele fosse um exímio conhecedor desse Estado, como o senhor afirmou durante a entrevista com o Governador, não incentivaria o Governo a investir num projeto de educação integral sem antes resolver os problemas básicos da educação convencional. Não falaria em “Ensino Inovador” num contexto estrutural, historicamente, retrogrado! Quando essa sumidade intelectual se comporta desse jeito, não age como um intelectual, mas como um ideólogo! E quando um jornalista “opina” como vossa senhoria opinou, não está colaborando com isso? Se valendo de uma posição privilegiada para “opinar” somente a favor do governo? Mas, isso não interessa ao senhor Sérgio Mello não é? Para que incomodar quem patrocina de alguma forma a emissora de televisão onde é jornalista? Para que aborrecer o patrão? Vale a pena ser assim? Será?

5- Não obstante, eu compreendo sua reação senhor jornalista! Com certeza! E mesmo “opinando” como opinas não desejo que deixe de “opinar”! Pena que não me dão esse direito de graça. Afinal, nem todos se dão bem opinando como o senhor. E até você: uma celebridade do grandioso mundo do jornalismo “investigativo” desse Estado precisa garantir também o seu pão de cada dia não é? Não vale a pena imitar um jornalistazinho “fulero”, blogueiro e barato como o Décio Sá do Maranhão que pagou caro pelas opiniões que dava ou vale? O senhor jornalista o conheceu? Será?

*Fonte do Texto: http://moisespeixoto.blogspot.com.br/2011/12/sergio-melo-o-jornalista-da-tv.html

DesProf.Peixoto








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CULTURA, INTERCULTURALIDADE E MULTICULTURALISMO: UM INVENTÁRIO DAS IGUALDADES E DIFERENÇAS TEÓRICAS NA EDUCAÇÃO

Pêndulo